FAQ

Como ajudar o Cergrap?

Você pode ajudar o Cergrap de várias formas:

- Visitando a instituição para conhecer o projeto e conversar com os internos;

- Sendo voluntário em uma das diversas atividades e necessidades da instituição;

- Contribuindo com gêneros alimentícios, vestuário, material esportivo, etc.;

- Contribuindo financeiramente, através de depósito na C/C nº 17840-3 A. 0357-3, do Banco do Brasil.

que é a dependência química?

É um padrão de uso geralmente intenso, que envolve um descontrole sobre  a quantidade  ou a freqüência com que se consome álcool ou outras drogas, com um desejo forte (muitas vezes irresistível) de utilizar a substancia. Os critérios para a caracterização dessa dependência são bem definidos, e são feitos por diferentes mecanismos. Assim, dependência é uma relação distorcida entre um individuo e seu modo de consumir uma substancia, podendo trazer problemas para o seu usuário. Esses critérios sugerem que a pessoa não pode ser classificada unicamente em dependente ou não-dependente. Existem padrões individuais de consumo que variam de intensidade e gravidade, fazendo com que não exista um consumo sem riscos. A dependência pode ser originada pelo uso de qualquer  substancia que produza sensações prazerosas e sua gravidade é determinada pelo tempo e intensidade do consumo, pelas características individuais do usuário e pelo ambiente sócio-cultural. No entanto, algumas substancias causam dependência mais rapidamente. Assim, por exemplo, enquanto a dependência de álcool leva meses para se instalar, a  dependência de cocaína acontece após algumas vezes de uso.

O dependente precisa chegar ao fundo do poço para pedir ajuda?

Essa teoria que os dependentes precisam "chegar ao fundo do poço" para pedirem ajuda é bastante difundida entre as pessoas. Muitos acham que apenas o sofrimento, o desespero e a constatação das enormes perdas sofridas por causa do consumo são suficientes para fazer o dependente pedir ajuda. No entanto, isso não acontece, pois esse pensamento é baseado em preconceitos e causa danos (ao invés de melhora) à vida dos usuários. Na prática, percebemos que as pessoas procuram ajuda após alguma perda significativa em suas vidas, sendo que o valor do que se perde e o que se perde varia de pessoa para pessoa. No entanto, a negação ao tratamento não é uma condição estável. Ela pode oscilar rumo à motivação convicta para a mudança. Tal mudança pode ser estimulada pelas pessoas que convivem com ela. Ao contrario do confronto, a empatia pelos problemas do dependente (sem conivências) e sugestões honestas acerca da situação, contribuem para o fortalecimento dos vínculos entre o adicto e seu meio, o isenta de julgamentos morais e aumenta seu suporte social. Deixa-o, assim, mais propenso a buscar ajuda e menos ao fundo do poço, ambiente que em sã consciência não se desejaria a ninguém.

Como agir quando o usuário nega estar usando drogas?

Negar a existência do problema é comum entre os usuários abusivos de álcool e outras drogas, e não deve ser definida como um traço de personalidade do dependente, mas como uma recusa em admitir problemas, mesmo quando engano e mentira são conscientes. O que leva a pessoa a mudar seus comportamentos é a motivação, que pode ser explicada como um estado de prontidão ou de avidez para a mudança. Ela pode oscilar de tempos em tempos ou de uma situação para outra, mas também pode ser influenciada por outras pessoas. Por isso, o recomendável é evitar o confronto e explorar a ambivalência que geralmente está presente  no dependente em relação ao seu comportamento. Ele tem fissura pelo consumo da droga e, ao mesmo tempo, apresenta insatisfação com isso e desejo de mudança. O recomendável para essa insatisfação vir à tona é adotar uma atitude de empatia, de compreensão, evitando acusações, mas mostrando de modo claro os problemas que o comportamento do usuário está trazendo para si e para os outros. É possível levantar dúvidas aumentar a percepção da pessoa sobre os ricos e problemas do seu estilo de vida. Acreditando que o usuário pesado, ou dependente, tem em si próprio o desejo de mudar, embora possa negar essa necessidade, aqueles que desejam ajudá-lo podem auxiliá-lo a inclinar a balança para este lado, mostrando as razões para a mudança e os riscos da não mudança, com fundamento em fatos do cotidiano, frisando a possibilidade da mudança e de que existem recursos para isto. É muito importante também que as pessoas que convivem com o usuário de drogas ou álcool, permitam que ele assuma as conseqüências dos seus atos. É comum ver a família e amigos isentando o adicto de enfrentar dos problemas, e isso apenas contribui para que ele permaneça em negação.

Os pais devem conversar com seus filhos sobre drogas e álcool?

Sim, os pais devem falar com seus filhos, mas de acordo com a idade. Não se deve esperar que problemas com drogas ou/e álcool aconteçam para iniciar uma conversa sobre o assunto. Na infância, deve-se estimular as crianças à terem hábitos corretos, como alimentar-se de modo saudável, ensinar que remédios devem ser tomados com recomendação medica, incentivá-las a reconhecer o prazer e a necessidade de atividades físicas e culturais e etc... Portanto, na fase do desenvolvimento não se deve falar da droga em si, pois a criança ainda tem um pensamento concreto no qual associa diretamente as causas com os efeitos, tendo dificuldade para avaliar a gravidade da questão do uso de drogas e álcool. Por isso, falar abertamente sobre drogas e álcool pode assustar e angustiar uma criança, já que sua compreensão do problema pode ser distorcida, como por exemplo: "se cigarro mata e meu pai fuma, ele vai morrer". Na pré-adolescência e adolescência, o jovem naturalmente terá curiosidade e interesse sobre drogas. Este é o momento ideal para falar sobre o assunto, fazendo com que se não sejam tão misteriosas e tornem-se menos atraentes. Os pais devem estar preparados para esta conversa  com seus filhos. É necessário que reflitam sobre sua relação com as drogas, avaliando o que para eles é aceitável e inaceitável. Geralmente os filhos já têm muita informação sobre drogas, a família precisa buscar conhecimentos básicos sobre cada droga e transmitir informações corretas. As informações que circulam na mídia devem ser revistas, pois são muitas vezes tendenciosas e alarmistas. As informações passadas ao adolescente devem ser objetivas e precisa, pois são justamente os efeitos das drogas que atraem os jovens. Deve-se ter cautela para não provocar o efeito contrário ao desejado, ao informar demais, pode despertar à curiosidade dos jovens induzindo-os ao uso. Informações exageradas, erradas e alarmistas também podem favorecer o uso. Assim, ao afirmar que “maconha mata” e ele verifica que seus amigos usaram e não morreram, a confiança se abalada e ele passa a usar. Por fim, conversas de pais com filhos não acontecem de uma hora para outra e nem devem ser especificas sobre algum assunto determinado e devem ser assuntos tratados durante toda a vida.

Como a família pode previnir o uso de drogas?

Dois tipos de procedimento são considerados fundamentais: O afeto e a presença de limites. Por outro lado, lares marcados por total falta de disciplina, falta de diálogo, violência e uso de álcool são considerados fatores de risco. Antes de tudo os pais são um exemplo para seus filhos. O que os pais fazem é muito mais importante do que o que eles dizem. Assim, os filhos aprendem com os pais para que serve a droga quando estes chegam em casa e tomam algum remédio para se tranqüilizarem, ou ainda quando tomam uma dose de uísque para relaxar. Isso mostra aos filhos que, ao menor sinal de sofrimento e tensão, basta um “remedinho”, uma “cervejinha” ou um “cigarrinho” para aliviar qualquer mal estar. Sem se darem conta, ensinam aos filhos que os problemas podem ser resolvidos com a ajuda de substâncias ou de uma pílula mágica. Além de serem um exemplo, os pais podem esclarecer a sua posição a respeito do uso de álcool e outras drogas. Algo que parece óbvio, mas que deve ser sempre ressaltado, é a de dizer aos filhos que gostariam que eles não usassem drogas, pois são um perigo para o bem estar deles. Cabe aos pais dizerem aos jovens os riscos relacionados ao uso de drogas. Os pais, como qualquer adulto, não são necessariamente perfeitos. Assim, os filhos podem aprender com os erros dos pais. Pais fumantes podem falar sobre seu desejo de parar e a dificuldade que encontram para isso. Esses pais não precisam saber tudo, e podem compartilhar com os filhos suas dúvidas e conflitos sobre o tema e refletirem juntos. Outro meio é conversar sobre as inseguranças e os medos de suas própria adolescência. A possibilidade de relembrar como era a juventude dos pais demonstra que compreendem o momento que o filho está vivendo, ajudando-o a passar esta fase. Além disso, estimular a criatividade deles para procurarem alternativas saudáveis em suas vidas é importante. Os pais precisam ter hábito de aproximarem-se de seu filho para elogiá-lo, valorizá-lo e reconhecerem seus méritos e sucessos. Tal atitude não exclui a importância dos limites, da repreensão ou mesmo da punição. O mais importante é que o jovem possa confiar em seus pais. Ele precisa se sentir amado mesmo tendo imperfeições e dificuldades. Interessar-se pela sua vida social, o que faz na escola, nas festas e nas horas vagas também é uma atitude preventiva ao uso de drogas. Mas é preciso ter cuidado para que o interesse natural não se torne um interrogatório no qual o jovem sinta que está sendo vigiado.

Qual o papel da família no tratamento da dependência (adicção)?

O objetivo de qualquer tratamento de dependência química é auxiliar as pessoas a transformarem sua relação com as drogas, promover o bem estar físico, psicológico e social do paciente, e promover a abstinência permanente. A participação da família do dependente no processo terapêutico pode ser por meio de psicoterapia ou de orientação familiar. Sessões de orientação e aconselhamento são mais indicadas quando o uso de drogas ainda esta em fase inicial ou durante o tratamento para dar informações gerais e necessárias sobre relacionamento com o dependente e com os demais membros da família. Abordagens familiares são consideradas importantes para o sucesso do tratamento, pois pode haver reciprocidade entre o funcionamento familiar e o uso de substancias. Muitas vezes o dependente químico torna-se o bode expiatório no qual a família pode depositar e responsabilizar alguém por todos os seus problemas e conflitos. Nestes casos, a família está doente e precisa haver uma intervenção terapêutica para modificar relações familiares. Para que o dependente mude é preciso que a família se transforme também. O que ocorre com o dependente afeta toda a família e vice versa. Assim, o ponto crucial da terapia familiar é a identificação dos assuntos ou processos familiares que promovem ou facilitam o abuso de substancia. Para isso, o terapeuta  busca esclarecer e promover mudanças na dinâmica familiar, tais como: redefinição  de papéis, identificação de regras implícitas e explicitas que influenciam o comportamento dos membros da família; definição e reforço dos limites entre os membros da família, etc.

A dependência química é hereditária?

A herança genética pode explicar parcialmente a vulnerabilidade de alguns indivíduos à dependência do álcool, já que outros fatores também demonstraram estar relacionados. Entre eles podemos citar: estilo de vida, influência do meio, presença de eventos estressores e capacidade de enfrentamento frente aos problemas ou dificuldades.

Todo mundo que usa droga é dependente químico?

Não. Existem três formas de convívio com a droga:
 - Nenhum convívio. A pessoa nunca experimenta a droga ou, depois de experimentar, prefere outros caminhos;
 - Convívio por vício. O indivíduo tem uma dependência física ou emocional, que consegue deixar depois de um tratamento terapêutico ou mesmo porque resolveu mudar de vida;
- Convívio por dependência/química/adicção. O dependente/adicto não consegue deixar a droga, precisa de uma terapia específica, feita por clínicas de tratamento.    

Como evitar que o meu filho se drogue?

Os jovens consomem diferentes produtos e nem todos os consumos têm o mesmo significado. É importante saber qual substância está sendo consumida, como o faz e há quanto tempo, para avaliar se está em fase de experimentação ou de consumo continuado. De qualquer modo é sempre importante falar com ele, confrontá-lo com os fatos e procurar apoio junto do médico de família ou outro técnico de saúde especializado, nomeadamente num Centro de Atendimento a Toxicodependentes (CAT). Se os consumos forem regulares ou de substâncias como a heroína ou a cocaína, um profissional de saúde saberá ajudá-lo, e ao seu filho, a encontrar um caminho para enfrentar o problema.

Se o meu filho se drogar, onde posso ter falhado?

Existem muitos motivos para as pessoas experimentarem drogas, como por exemplo, a curiosidade, o desejo de ser igual aos outros, a busca de uma experiência nova. Algumas destas experiências correm mal e as pessoas tornam-se dependentes daquilo que começou como uma brincadeira. Face a uma situação de consumo, não é uma boa atitude os pais pensarem que têm toda a culpa e tentarem resolver o problema sozinhos. Mais uma vez, o apoio de um profissional especializado pode ajudá-lo a compreender melhor o seu filho e a encontrar uma abordagem adequada dos problemas.

O efeito de uma droga é o mesmo para qualquer pessoa?

Não. Os efeitos dependem basicamente de três fatores:

Da droga;
Do usuário;
Do meio ambiente.

Cada tipo de droga, com suas características químicas, tende a produzir efeitos diferentes no organismo. A forma como uma substância é utilizada, assim como a quantidade consumida e o seu grau de pureza também terão influência no efeito.  Cada usuário, com suas características biológicas (físicas) e psicológicas, tende a apresentar reações diversas sob a ação de drogas. São extremamente importantes o estado emocional do usuário e suas expectativas com relação à droga no momento do uso.  O meio ambiente também influencia o tipo de reação que a droga pode produzir. Dessa maneira, o local, as pessoas – enfim, toda a situação onde o uso acontece – poderão interferir nos efeitos que a droga vai produzir.  Por exemplo, uma pessoa ansiosa (usuário) que consome grande quantidade de maconha (droga) em um lugar público (meio ambiente) terá grande chance de se sentir perseguido ("paranóia"). Por outro lado, um indivíduo que consome maconha quando está tranqüilamente em casa, na companhia de amigos, terá menor probabilidade de apresentar reações desagradáveis.

É seguro beber durante a gravidez?

A bebida alcoólica durante a gravidez deve ser evitada. Durante a gestação o álcool atravessa a placenta da mãe e pode trazer inúmeros prejuízos ao bebê, tais como hiperatividade, déficits de atenção, aprendizado e memória. A mais grave das conseqüências relacionadas ao consumo de álcool durante a gestação é a Síndrome de Alcoolismo Fetal (SAF).